quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ausência



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Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.







(Carlos Drummond de Andrade)












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segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

Caio Fernando de Abreu.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.




Ausência - Vinicius de Moraes

segunda-feira, 22 de agosto de 2011


Eu sinto que já não tenho mais palavras para começar a escrever. È como se o que eu quisesse falar ficasse preso no fundo da garganta, e não saísse de lá mais. Outro dia tive um sonho, mesmo depois de tanto tempo, voltei a sonhar com você. Acredite, é verdade. No sonho, nós nos olhávamos apaixonadamente, como em todos os outros. O que difere este sonho aos demais que já tive com você, foi justamente a barreira que existia antes. Em todos os outros, estávamos próximos, porém distantes. Neste, estávamos muito próximos e a barreira que nos separava fora dilacerada pelos nossos olhares e, mais uma vez ficamos próximos. O difícil é aceitar que foi apenas um sonho.

Há algum tempo eu sinto sua falta. Juro. Sei que falar que você é importante na minha vida ainda não basta, e sei também que, infelizmente, ainda existem obstáculos que impeça a você me enxergar verdadeiramente como sou. Enquanto isso, eu espero ansiosamente pela sua chegada, como naquela tarde fria de final de inverno. Eu supro sua falta com aquilo que alguns chamam de felicidade; vou a festas, compro roupas novas, arrumo um novo visual, faço novas amizades, uso perfume caro, entre outras coisas que as pessoas chamam de felicidade. Mas na realidade, enquanto mais eu sou “feliz” mais falta você me faz. E isso dói tanto que me chega a doer os nervos.

Sei que o fim já está próximo, nem que seja o meu. Eu não entendo a vontade das pessoas em conhecer mais pessoas, pois para mim, só você me basta. Cansei de ter desilusões amorosas com terceiros, na realidade não entendi porque não comecei a namorar com uma planta até hoje, elas são tão bonitinhas e ainda não nos magoa. Mas isso não daria certo, pois na sua falta, percebi que realmente fui feliz quando você estava ao meu lado. Eu te amo porque você faz falta na minha vida. Eu te amo pelo seu sorriso, pelas suas vontades e pelo jeito que você tem de ser realmente quem você é. Eu te amo porque você é você, e ninguém mais.

Mas agora, que os ventos do mês de agosto estão ao meu favor, novamente eu preciso ter você. Quero acordar ao seu lado nos dias de neblina e no verão. Quero sorrir ao ver você dormir, e chorar, ao ver você partir. Eu quero partilhar os seus sonhos e fazer parte deles também. Eu quero brigar loucamente com você e depois te abraçar pra pedir perdão. Eu quero ser o seu porto seguro e quero que você seja o meu. Quero tanto que um dia eu vou acabar conseguindo, seja o que Deus quiser. Só não espero ser tarde demais, porque ficar mais uma vida sem você, não dá mais.

domingo, 17 de abril de 2011

Sobre o Amor


Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão
Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar?
Sobre querer, sobre entender, sem esquecer
Sobre a verdade e a ilusão
Quem afinal é você?
Quem de nós vai mostrar realmente o que quer?
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver.
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais.
Sobre o porquê de tantos porquês,
E responder
Entre a razão e a emoção eu escolhi você!

Quem de nós vai mostrar realmente o que quer?
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver.
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais.
Sobre o porquê de tantos porquês,
E responder
Entre a razão e a emoção eu escolhi você!

terça-feira, 22 de março de 2011

A SAUDADE

A saudade - assim como o Amor - é como o vento: Não podemos vê-la e nem sabemos de onde ela vem, como ela vem e com que intensidade, apenas sentimos. Sentimos Saudade de um Amigo que se foi, dos anos que se passaram, de um relacionamento que terminou, de algo que nos foi arrancado pelo Destino ou pelo Tempo. Sentimos Saudade de Nós; de como éramos há algum tempo, e de como pensávamos sobre a vida e dos nossos planos também. Sentimos Saudade dos nossos sonhos, mesmo que muitas vezes não concretizados, sentimos pela perda de não conseguir realizá-los, ou não. Se para muitos a Saudade é o Amor que fica então podemos deduzir que estamos amando então. Amamos a Sensação da lembrança de bons momentos vividos. Vamos sentir Saudade também do tempo que estamos vivendo. Sim! Sentiremos Saudades da Rotina, da busca pela Felicidade e principalmente das pessoas em que estamos convivendo. Por isso é importante que vivamos cada momento com toda a intensidade que lhe cabe. Aproveitemos as nossas noites de Insônia, os Fins de Semana com a Família, a conquista por novos amores, as novas Amizades, a Faculdade, os Dias de Sol e até mesmo as Discussões com Pessoas Queridas, pois num Futuro próximo só nos restará uma coisa.....A Saudade.